O lançamento do livro “Locatteli no Brasil” foi matéria no caderno “Arte & Agenda” do jornal Correio do Povo de hoje. Segue a matéria na íntegra:
Locatelli: um gigante da arte
Aldo Locatelli era um artista intenso, em vida e no trabalho. Comumente chamado de ”gigante da arte” e ”mago das cores”, o artista plástico italiano que escolheu o Rio Grande do Sul para viver e produzir, ganha uma obra à altura de sua importância. ”Locatelli no Brasil”, do professor, sociólogo e filósofo Luiz Ernesto Brambatti, terá lançamento amanhã, às 19h, no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (Andradas, 1223), com a presença de Roberto Locatelli, filho de Aldo e uma pequena palestra de Brambatti. O livro, um projeto de três anos e que contou com o patrocínio do Grupo CEEE e da Eletrobrás, traz 598 fotografias de obras do pintor, além de comentários em português e italiano e traz, na primeira parte, uma biografia e um relato do trabalho de Aldo antes de sua chegada ao Brasil. Na segunda parte estão os trabalhos de Locatelli já aqui, iniciando por Pelotas, o mural do Aeroporto Salgado Filho e as obras do Palácio Piratini.
A matéria foi obtida no link a seguir: http://www.correiodopovo.com.br/Impresso/?Ano=115&Numero=20&Caderno=5&Noticia=44558 |
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Lançamento do livro foi matéria no Correio
outubro 20, 2009Brambatti é entrevistado por Ruy Carlos Ostermann
outubro 20, 2009Luiz Ernesto Brambatti, que lança amanhã, às 19h, no Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo, o livro “Locatelli no Brasil”, sobre o trabalho do artista italiano Aldo Locatelli, foi entrevistado hoje no programa “Gaúcha Entrevista” de Ruy Cralos Ostemann.
Confira o áudio da entrevista
LANÇAMENTO DO LIVRO “LOCATELLI NO BRASIL”
outubro 15, 2009CONFERÊNCIA SOBRE O PINTOR ALDO LOCATELLI E
LANÇAMENTO DO LIVRO “LOCATELLI NO BRASIL”
Dia 21 de outubro de 2009
Porto Alegre – RS
Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo
Horário:19 hs.
A pintura mural no Rio Grande do Sul através do expoente máximo Aldo Locatelli será o tema da conferência que o Prof. Dr. Luiz Ernesto Brambatti ( 54 anos) fará no próximo dia 21 de outubro, as 19 hs, no Centro Cultural CEEE Erico Veríssimo. A conferência contará ainda com a presença de Roberto Locatelli, filho de Aldo, que falará sobre a biografia de seu pai, conhecido como o “mago das cores”. Na ocasião será feito também o lançamento da obra “Locatelli no Brasil”, um catálogo comentado das pinturas do artista Bergamasco.
O livro apresenta 598 fotografias das obras do pintor, em 200 páginas coloridas, com comentários em português e italiano, o que torna a leitura ainda mais atraente, além das formas e cores das magníficas pinturas.
Luiz Brambatti é sociólogo e filósofo, professor do Mestrado em Turismo da Universidade de Caxias do Sul e já havia publicado uma obra sobre Locatelli em 2003, abordando as pinturas murais de Caxias do Sul. Neste livro, financiado pela Lei Rouanet, com patrocínio da CEEE e da ELETROBRÁS, Brambatti procura apresentar as pinturas murais e quadros de Locatelli na sua forma completa e não apenas detalhes, o que enriquece ainda mais a publicação, tornando-a didática, destinando-se aos amantes e estudiosos da Arte e admiradores da obra de Aldo Locatelli. “Algumas são obras inéditas, que nunca foram publicadas no Brasil”, afirma Brambatti, que pesquisou durante 3 anos sobre a vida e obra de Aldo Locatelli no Brasil e na Itália.
A primeira parte do livro contém a biografia de Aldo Locatelli e o seu o trabalho artístico antes de vir ao Brasil, no seu processo formativo, quando atuou na Escola de Andréa Fantoni, trabalhou com o grande restaurador italiano Fermo Taragni. Apresenta ainda fotos de quadros e murais em Villa D’Almè, junto aos familiares de Aldo Locatelli.
A segunda parte do livro contém os trabalhos de Locatelli no Brasil, iniciando por Pelotas, o mural do Aeroporto Salgado Filho e as pinturas da Escola de Belas Artes de Pelotas, hoje no Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo-MALG. Na seqüência, destaca os trabalhos em Porto Alegre, no Instituto de Artes da UFRGS, no Palácio Piratini, na Igreja Santa Terezinha e outras pinturas na capital. Em seguinda, apresenta os trabalhos nas outras cidades, como Novo Hamburgo, Santa Maria, Itajaí, em parceria com Emilio Sessa. O livro contém ainda algumas entrevistas com ex-alunos e pessoas que conviveram com Locatelli.
A Obra de Aldo Locatelli
As obras de Aldo Locatelli no Brasil se tornam cada vez mais uma referência em pintura mural, principalmente da pintura sacra, sendo conhecido como o “mago das cores”. Anualmente ultrapassam 500 mil visitantes na Igreja de São Pelegrino, para ver suas obras, comparadas em grandeza e arte, à capela Sixtina do Vaticano, em quem se inspirou Aldo Locatelli nos seus afrescos, como seguidor de Michelângelo. O que Aleijadinho representa para a escultura barroca religiosa do Brasil, Locatelli representa para a pintura mural, ao lado de Cândido Portinari.
O pincel de Locatelli exprimiu a forma, num êxtase de alcançar a perfeição. Não fossem seus traços, as expressões, capaz de brincar com os elementos e as figuras, e da variedade dos estilos, do classicismo ao expressionismo, as formas e as cores tão próprias de sua arte, Locatelli não seria venerado na arte mural contemporânea.
Na igreja de São Pelegrino, Aldo Locatelli está imortalizado, assim como Michelangelo na Capela Sixtina. A pintura dos quadros do Dies Irae no teto, ao lado do Juízo Final, coloca-o ao lado dos grandes artistas da música, Giuseppe Verdi e Mozart, que deram melodia ao hino de funerais mas Locatelli o materializou de forma única e inédita, com 36 quadros de beleza única. Há uma tríade de arte sacra que se comunica no interior da igreja, propositalmente: A morte e o suplicio de Jesus Cristo na Via Sacra, como a lembrar aos cristãos a morte do filho de Deus; o hino de réquiem, como se estivesse a cantar eternamente o Dia do juízo, e a pintura do Juízo final, no teto, onde Jesus aparece em toda a sua luz de ressuscitado, reacendendo a esperança dos fiéis na Ressurreição.
As obras de Aldo Locatelli, sem dúvida, constituem importante aporte artístico e cultural do Estado do Rio Grande do Sul. A grandeza das pinturas de Locatelli transformou-se numa das maiores riquezas do patrimônio histórico do estado e, sem dúvida, no segmento da pintura religiosa, uma das maiores expressões do Brasil. “Locatelli soube cativar o povo gaúcho, da prece ao chimarrão”, como afirma Jorge Karan, da Sala de Arte de Porto Alegre.
Como pintor muralista, Locatelli começa sua obra na concepção do desenho, denominado de “estudo prévio”. É no estudo que o espírito age. Depois será apenas a técnica do artista. A concepção contém a forma e se expressa no desenho a crayon. “O espírito define a própria estética: do surpreendente verismo paleolítico até o realismo plástico e sentido monumental dos egípcios; da admirada e sempre compreendida estética grega , que deu à humanidade o vértice da beleza visual,..em que a estética eleva-nos ao oculto mundo sobrenatural”
O mural, para Locatelli, foi criado como função estética e decorativa de ambientes arquitetônicos, como elemento de beleza, para enriquecer espaços, volumes e linhas. O artista e o artesão são co-criadores, com os arquitetos, na criação dos ambientes.
Locatelli preferia utilizar materiais puros e técnicas clássicas, ao invés do cimento e produtos industrializados, que ao final “alterava as cores e com pouca pureza”. Já o incausto utiliza a cera quente sobre as pinturas, dando um resultado plástico ótimo, semelhante ao esmalte. Locatelli utilizava a abstração e a geometria para ordenar a composição figurativa, que o levou à “revolta informal do expressionismo abstrato”, permitindo ritmos dinâmicos nos murais, contrastantes, quando se tratava de dar maior dramaticidade, ou mesmo imponente, ao criar figuras de caráter majestoso, austero e monumental. Segundo Locatelli, o tema indica o ritmo e a atmosfera, ou seja, a ambientação da cor e das tonalidades, que permanecem em sintonia com o ritmo estético. A atmosfera pode ser serena, movimentada ou dramática. O mural exige tema, composição e cor, em cuja liberdade o artista manifesta sua criação.
A estética da figura, Locatelli atribui três sentidos de interpretação: o arquitetônico, como parte da ambientação e das formas estruturais, cores e bordas onde o mural estará inserido, elevando as figuras para as formas monumentais, dando formas estruturais ao figurativo; o espiritual, como a manifestação abstrata da mensagem e da comunicação que o mural irá apresentar, em favor de um sentido de vida interior, que o artista capta na figura humana, a intencionalidade do expressionismo; e a exaltação da natureza como beleza, ou seja, capaz de despertar o sentido estético do olhar do observador. Locatelli afirma que “este é o sentido mais acessível e menos profunda ao observador, mas tecnicamente o mais difícil de conseguir, pois permite exprimir a maravilha na sua exaltação de vida e de beleza do físico humano como natureza”.
Segue o caminho de Giotto, de Tiepolo, Masaccio e Michelângelo, Piero della Francesca, a quem atribui o mérito de criar valores estéticos insuperáveis em que o humano consegue a beleza do viver eterno. A Michelangelo atribui, nos temas bíblicos, desencadear um verdadeiro furacão de violência em expressão plástica. Entende Locatelli que só no homem e no seu credo fervoroso em Deus, o gênio do mestre Michelangelo pôde encontrar o transporte para criar sobre a parede do teto da Capela Sixtina a mensagem estética que domina a História das Artes.
Ao artista não cabe simplesmente retratar um episódio, um fato. Isto seria apenas descrição, documentação, ilustração, aquilo que a fotografia cumpre com fidelidade. O artista navega na criação plástica pura.
“Se o homem avança velozmente na Ciência, no conforto do progresso material, o espírito se repete, porque é eterno como eterna é a obra de arte” ( LOCATELLI,Tesi de Concurso, 1955)
Contato:
Luiz Ernesto Brambatti
lebramba@ucs.br
54 9924 56 39 ou 54 3228 5494
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